Oxumaré, Trono de Deus que se polariza com Oxum, é o Orixá que atua diluindo as causas dos desequilíbrios do ser e gerando as condições para que tudo seja renovado, já em equilíbrio e harmonia.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que forma com ele o Trono do do Amor.
Oxumaré é um Orixá ativo, cósmico e temporal, que só entra na vida dos seres caso as ligações (agregações) entrem em desequilíbrios ou desarmonia. Sim, ele “desfaz” o que perdeu sua condição ideal de existência e deve ser diluído para ser reagregado já em novas condições.
O magnetismo de Oxumaré é composto de duas ondas entrecruzadas que seguem numa mesma direção, criando uma irradiação ondeantee diluidora de todas as agregações não-estáveis. Uma dessas ondas dilui as agregações de natureza masculina, outra dilui as agregações de natureza feminina, dissolvendo compostos energéticos, alterando estruturas elementares e modificando sentimentos.
Maas o Mistério de Oxumaré não se limita apenas a diluir as agregações instáveis, pois seu fator renovador traz em si a qualidade de renovar um meio ambiente, uma agregação, uma energia, em elemento e até os sentimentos íntimos dos seres.
Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-Iris, não aconteceu por acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações Divinas que dão origem as sete Linhas de Umbanda, ele atua nas sete irradiações como elemento renovador.
Oxumaré está na linha da Fé como elemento renovador da religiosidade dos seres, está na linha do Amor como agente renovador desse sentimento e também da sexualidade na vida dos seres, está na linha do Conhecimento como renovador dos conceitos, teorias e fundamentos, na linha da Justiça como renovador do juízo, na lei como ordenador das ordenações que acontecem de tempos em tempos. Oxumaré está na linha da Evolução como a renovação das doutrinas religiosas, que aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres, está na linha da Geração como renovação ou como o próprio reencarne, que acontece quando um espírito troca a pele, tal como faz Dá a Serpente Encantada do Arco-Iris.
Por isso, ele é o Orixá que forma par natural com Oxum, Orixá da Agregação. Onde ela agregou, mas já foi superada ou entrou em desequilíbrio com o resto da criação, aí entra Oxumaré diluindo tudo e gerando em si, e de si, as condições ideais para que tudo se renove e, mantendo suas qualidades originais e sua natureza individual , continue a fazer parte do todo, que é Deus.
O mistério “Sete Cobras” é um dos aspectos negativos ou opostos de Oxumaré, que é em si mesmo o arco-íris ou as sete irradiações Divinas. Observem que aqui a “serpente” ou “cobra” não possui tem conotação de réptil, mas simboliza as qualidades afins com os campos vibratórios dos orixás. E se no aspecto positivo assumem cores radiantes, no aspecto negativo assumem cores absorventes, todas afins com as faixas nas quais são retidos os seres que emocionalizam sua vidas até um grau afim com o polo negativo dos orixás cósmicos.
Oferenda e Ritual: Velas branca, azul claro, verde, dourada, vermelha, roxa, marrom, amarela (amarradas todas juntas), melão, champanhe rose, maracujá, fitas coloridas, flores do campo. Pode oferendá-lo numa cachoeira.
Divindades: Oxumarê
Elemento: Mineral
Pedra: Opala, fluorita, cianita azul
Irradiação: Amor
Vela/Cor: Branca ou Azul Celeste
Saudação: Arrubaboi!
Ponto de Força: Cachoeira
Fonte: Texto de Rubens Saraceni, do livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada (Ed.Madras)